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Falta de descanso? Não! Só uma ira contida prestes a desabar… quando os sons se entranham e se enrolam numa espiral interior pede-se que passe depressa e se consiga desligar o botão!
Podia dormir de agora até amanhã de manhã…
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Ver. Cheirar. Tocar. Provar. Ouvir.
Dias em que uns valem mais do que outros. Dias apagados e outros tão acesos que qualquer estímulo nos deixa alerta. A luz desperta-nos os sentidos. A temperatura amena é convidativa ao estar na rua. Tudo pode ser quando desejamos que seja.
Tomou um lexotan e enfiou-se na cama. Evitava a todo custo magoar-se. As mágoas estão nos pequenos gestos e descobertas que se fazem sem querer. Inadvertidamente escutou uma conversa menos própria. E escondeu-se. No seu refúgio de sempre. Uma cama que assistira à passagem de várias vidas. Todas dele. Todas vidas num desfile de outras pequenas mágoas. Não sabia o que era sofrer. Isso evita-se! Escondemo-nos e seguimos como sempre e como nunca.
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Encostei esta porta sem querer, quase me esqueci que existia… outras prioridades, algum pudor talvez. Mas sei que não está fechada e que posso voltar sempre que me apetecer. Isso é importante.
Até já!
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Quem ama não pode fugir aos lugares-comuns. É por eles que nos traduzimos.
E eu amo. Com a força tranquila dos dias que passam muito depressa.
São poucos esses dias que tenho para lhe mostrar que o meu corpo é o seu corpo e a minha alma, em sintonia com a sua, é uma voz sossegada…
Nesses dias, há a comunhão dócil dos que se conhecem há muito tempo. Há um entusiasmo quase infantil quando se faz uma coisa qualquer.
E eu sinto-me crescer. Começo a entender os Poetas e a querer ser mulher.
De corpo inteiro.
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Na parede muitas prateleiras. Em cada prateleira vários livros. Arrumadinhos. Vem uma corrente de ar e desarruma alguns. Volta a arrumar-se, de modo diferente, se possível, para não voltar a acontecer. E quando a ventania é grande e se desarruma tudo? Assim, tudo ao mesmo tempo! Os autores estrangeiros no chão com o Eça e o Pessoa? Misturam-se? Reproduzem-se? Haverá paciência para os recolocar nos devidos lugares? E fechá-los: como se fecham as histórias que não querem acabar? Provavelmente, a melhor solução é encontrar um novo livro que reequilibre a prateleira… de preferência um que possamos escrever nós e que tenha um final feliz!
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Que o coração tem razões que a própria desconhece é lugar mais que comum. Mas e a cabeça? Onde vai ela buscar ideias que não podemos travar? Entranham-se. Vivem connosco o delírio solitário das histórias que crescem do nada (ou do quase nada)… Instalam-se de tal maneira que acabamos por incorporá-las no dia-a-dia como dados adquiridos que, simplesmente, não existem!
Precisava de desligar o botão……
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Não sei se sou capaz de dizer tudo o que penso.. nem de escrever sequer! Há ideias que se instalam na nossa cabeça como bombas atómicas e, no fim, após alguma reflexão, não passam de estalinhos de Carnaval. Tavez seja por isso que é preferível deixar passar o tempo e, só mais tarde, falar. Mais sensato é, concerteza! Menos espontâneo, também.
E verdadeiro, será?
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É às 2ªs que tudo pesa mais:a tarde,a noite principalmente… e o silêncio! Entrar numa casa vazia sabe bem, mas só às vezes. Às 2ªs nunca sabe – sabe a solidão, a tarefas inadiáveis porque tem que se inventar qualquer coisa para fazer. Passa-se de um estado de felicidade para um vazio que se enfeita de vida adulta, independente e, de certo modo, fatalista. É um espaço de tempo demasiado curto para regressar ao quotidiano… As 2ªs deviam ser mais suaves, menos dolorosas, mais cheias.